quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Fui à praia e fui duramente criticado


Fui à praia e fui duramente criticado

Recentemente fui duramente criticado por ir a praia. Qual sua opinião sobre o assunto?

Wagner

Resposta:

Irmão Wagner,

Que o Espírito do Senhor Deus, o Todo Poderoso que vivifica, ilumine o seu entendimento e o de muitos outros que ainda mantém este tipo de dúvida.

Meu irmão,

Estas questões acerca do que se pode ou não fazer, são o que algumas denominações chama de "doutrinas" de usos e costumes. Este seu caso é mais um de abuso espiritual (Veja mais AQUI).

Dentro da lei da igreja (a forma correta do nome doutrina aplicada ao caso) o que pode e o que não se pode fazer está determinado pelos seus líderes e muitas vezes chegam a se contrapor aos ensinamentos bíblicos.

A Bíblia em nenhum texto impõem qualquer modelo para os usos e costumes. Toda a Bíblia trata de questões do ser humano em seu contexto histórico-cultural, deixando apenas princípios a serem observados.

Todos nós precisamos de limites. Deus estabelece limites, o Estado, as empresas, as organizações públicas e privadas, as associações, a família etc. Qualquer relação entre pessoas precisa de limites claros. A falta de limites gera o caos, a desordem, o abuso. Nossa natureza carnal não aceita limites, ela é transgressora, insaciável. E quanto a esta atitude a Bíblia é muito clara: Não devemos utilizar nossa liberdade cristã para dar ocasião à carne.

Nunca haverá consenso e unanimidade quando o assunto é usos e costumes na igreja, principalmente nas igrejas pentecostais tradicionais, mas, tendo como parâmetros os princípios bíblicos da boa conduta, comportamento e convivência, a posição e o entendimento da maioria (liderança, membros e congregados) deve prevalecer. O grande problema é que muitas vezes a norma é imposta sem discussão, sem participação e encobre em algumas ocasiões interesses escusos.
Se a Palavra de Deus fosse tomada como Regra de Fé e PRÁTICA, de verdade, então seriam seguidos os exemplos como os abaixo mencionados:

"Então, se reuniram os apóstolos e os presbíteros para examinar a questão. [...] E toda a multidão silenciou, passando a ouvir a Barnabé e a Paulo, que contavam quantos sinais e prodígios Deus fizera por meio deles entre os gentios. Depois que eles terminaram, falou Tiago, dizendo: Irmãos, atentai nas minhas palavras: [...]." (At 15.6, 12, 13) "Então, pareceu bem aos apóstolos e aos presbíteros, com toda a igreja, tendo elegido homens dentre eles, enviá-los, juntamente com Paulo e Barnabé, a Antioquia: foram Judas, chamado Barsabás, e Silas, homens notáveis entre os irmãos, [...]." (Atos 15.22) "Pois pareceu bem ao Espírito Santo e a nós não vos impor maior encargo além destas coisas essenciais:" (At 15.28)

O fato, é que na grande maioria das vezes os membros e congregados não participam das discussões. Se você voltar a ler o texto verá que até na escolha de um apóstolo a congregação participava.

"Naqueles dias, levantou-se Pedro no meio dos irmãos (ora, compunha-se a assembléia de umas cento e vinte pessoas) e disse: [...]. É necessário, pois, que, dos homens que nos acompanharam todo o tempo que o Senhor Jesus andou entre nós, começando no batismo de João, até ao dia em que dentre nós foi levado às alturas, um destes se torne testemunha conosco da sua ressurreição. Então, propuseram dois: José, chamado Barsabás, cognominado Justo, e Matias. E, orando, disseram: Tu, Senhor, que conheces o coração de todos, revela-nos qual destes dois tens escolhido para preencher a vaga neste ministério e apostolado, do qual Judas se transviou, indo para o seu próprio lugar. [...] E os lançaram em sortes, vindo a sorte recair sobre Matias, sendo-lhe, então, votado lugar com os onze apóstolos. (At 1.15, 21-26)

O fato é que os "irmãos", em muitos lugares, vivem num regime de talibã, ditatorial, opressor, onde as decisões são impostas pelo alto clero (ou por seu sumo-pontífice), os questionamentos são vistos como atitudes rebeldes, e a mínima desobediência é punida com um "apedrejamento de palavras e ações exemplares". E são execrados publicamente sendo até envergonhados. Não há participação nas decisões, nem nas assembléias.

É interessante notar que o aumento do número de Igrejas, inclusive algumas de "gosto e ações questionáveis", o cristão passou a poder escolher onde melhor se adapta, sem se preocupar em estar ferindo as leis da sua antiga denominação.

"Portanto, quer comais, quer bebais ou façais outra coisa qualquer, fazei tudo para a glória de Deus." (1 Co 10.31).

P.S.: Jesus foi à praia chamar pescadores para serem seus discípulos e em muitas ocasiões ele estava na praia, pregando, andando e até comendo segundo o texto bíblico. E ademais, a praia também é criação do Senhor, não vejo mal algum em se frequentar uma praia. Paulo escreveu à Tito: "Tudo é puro para os que são puros, mas para os corrompidos e incrédulos nada é puro; antes tanto a sua mente como a sua consciência estão contaminadas." (Tito 1.15). Descanse no Senhor.
Postado por Márcio Melânia às 18:30 Marcadores: Abuso Espiritual, Legalismo, Religiosidade

Postado por Márcio Melânia

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