domingo, 21 de fevereiro de 2010

Desculpe-me, foi engano.


Desculpe-me, foi engano.

Era uma vez um rapaz que tinha muitos problemas.
Constantemente, em suas orações, ele pedia que Jesus viesse visitá-lo no
seu sofrimento.
Um dia, Jesus bateu à sua porta.

Ele, maravilhado, convidou-o a entrar e
Jesus sentou-se no sofá da sala.

Na mesinha de centro encontrava-se uma Bíblia

aberta no Salmo 91. Numa das paredes estava pendurado um bordado com o Salmo 23,

e na outra um quadro da Santa Ceia.
"Senhor Jesus", disse o jovem, "em primeiro lugar gostaria de dizer que é uma honra recebê-lo em minha casa, conforme o Senhor deve saber, estou passando por algumas dificuldades e preciso muito da Sua ajuda..."

"Filho", interrompeu Jesus, "antes de conversarmos sobre os seus pedidos, gostaria de conhecer sua casa.

Onde é que você dorme?"
No mesmo instante o rapaz se lembrou que guardava, no quarto, umas revistas terríveis e se apressou em dar uma desculpa: "Não, Jesus, lá não!

Meu quarto não está arrumado!"

"Bem", disse Jesus,

"e a cozinha, posso conhecer sua cozinha?"
O rapaz lembrou que na cozinha havia algumas garrafas de bebida que ele
não gostaria que Jesus visse.
"Senhor, desculpe, mas prefiro que não", respondeu o rapaz,"a minha
cozinha está vazia, não tenho nada de bom para

oferecê-lhe."

Neste instante, um barulho forte interrompe a conversa.

- Pam, pam,pam...!

Era alguém que batia furiosamente na porta.

O rapaz se levantou,
assustado, e foi ver quem era.
Abriu a porta meio desconfiado, e viu que era o diabo.
"Sai da frente que eu quero entrar!", gritou o tentador.

"De jeito nenhum", respondeu o rapaz, e assim começou a briga.
Com muita dificuldade o homem conseguiu empurrar o diabo e fechar a porta.
Cansado, o rapaz voltou para a sala e continuou:
"Então, Jesus", disse ele, "como eu estava falando com o Senhor, estou
precisando de tantas coisas..."

Mas, outra vez a conversa é interrompida por um barulho forte que vinha da janela do quarto.
O rapaz correu para ver quem era e ao abri-la se deparou, novamente, com o diabo:
"Agora não tem jeito, eu vou entrar!", disse o inimigo.
Mais uma vez o rapaz se debateu com ele e conseguiu trancar a janela.

"Senhor", disse ele, "desculpe a interrupção, conforme lhe dizia..."
Outra vez, dos fundos da casa, se ouvia tamanho barulho como se alguém
quisesse arrombar a porta.
Era novamente o diabo:
"Eu quero entrar!"

O rapaz, já exausto, lutou com ele e conseguiu mantê-lo do lado de fora.
Ao voltar, contrariado, disse a Jesus:
"Eu não entendo. O Senhor está na minha casa e por que o diabo fica
insistindo em entrar?"
"Sabe o que é meu filho", explicou Jesus, "é que na sua casa você só me
deu a sala."

O rapaz humildemente entendeu a lição de Jesus e fez uma faxina na casa
para entregá-la aos cuidados do Senhor.
Neste instante, o diabo bateu mais uma vez à porta.
O rapaz olhou para Jesus sem entender, e o Senhor disse:
"Deixa que eu vou atender."
Quando o diabo viu que era Jesus, que atendia a porta, disse:
"Desculpe, foi engano," e sumiu rapidinho.

Muitas vezes, é assim que acontece com o nosso coração.
Entregamos a Jesus só uma parte dele, apenas a sala, ficando as dúvidas a
morar no quarto, o descaso na cozinha, o orgulho na varanda, a inveja no quintal, a soberba no banheiro, então lutamos e não vencemos porque a casa está dividida.

"Os olhos do Pai passeiam por toda a terra para se mostrar forte para com
aqueles cujo coração é inteiramente seu”.
Desculpe, foi engano...

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