terça-feira, 20 de setembro de 2011

Os valores deste século


Os valores deste século

Moral são o conjunto de regras, usos e costumes e as ações que instruem as pessoas. Isto cada um pode praticar individualmente ou em relação a outros ou mesmo com a natureza. A ética por sua vez estuda os assuntos da moral, enquanto a moral obedece às normas e regras, tabus e etc. A ética busca fundamentos para se viver melhor.

O moralismo é definido como a metodologia filosófica especifica em busca da moral. O moralismo dessa forma se torna absoluto, e outras tentativas na busca da moral se tornam relativas. Existem meios legais, que transformaram a moral no legalismo, ditando regras, leis e exigindo obediências a elas. O pensamento cotidiano de moralismo, às vezes dá um significado diferente ao moralismo. Um exemplo é a internet, para muitos, totalmente destrutiva, imoral, relacionada na sua totalidade ao sexo, então eis a proibição. Não sabem dizer que a internet é totalmente destrutiva, se usarmos somente com este fim. Para os que sabem usá-la para construção e aquisição do bem, ela se torna totalmente benéfica. Para outros, moralismo está relacionado à consciência politica ou aos interesses econômicos.

O moralismo religioso é confuso na religião, quando não sabem fazer a diferença entre eterno e antigo, particular e universal. Promove a adesão sem limites e com determinismo. Muitas vezes este determinismo está ligado a praticas e preceitos antigos. Neste ponto o moralismo toma sentido pejorativo, e passa a referir-se mais à questão sexual e afetividade. No sentido religioso, moralismo passou a ser nosso desejo, esforço e luta pelas coisas corretas ou como obter a salvação por nossa própria força.


Devido à mistura e confusão feita entre ética e moralismo, aderiram ao mesmo preceito e regras a palavra ética. Mas a ética é mais abrangente, pois apresenta os argumentos necessários para se conhecer os princípios e tomar as decisões acertadas. Do ponto de vista cristão, a ética trata do conhecimento moral, das obrigações, dos direitos humanos, das punições dos infratores etc.


Na modernidade já não valem os Slogans sobre mora. A tradicional separação entre direita e esquerda já não bastam, tampouco discursos emocionais ou protestos, servem para reverter o quadro caótico da moral. Se quisermos fazer diferença com nosso conhecimento sobre a moral e a ética, é necessário compreendermos os fundamentos teóricos dos diversos pensamentos e estudos sobre ética e moral, para depois de uma avaliação, fazermos uma escolha adequada, ou mostrar conhecimento de causa.


A ética trata do bem, dos valores e virtudes que devemos cultivar. Também dos direitos e das nossas obrigações morais. Avalia pontos de vista alternados como o que é o bem e o direito, e está em busca do caminho para alcançarmos o conhecimento moral necessário. E leva-nos a indagar porque devemos agir e andar corretamente, e também é responsável pela condução dos problemas morais práticos que pensamos ser prioritários.


Acredito que a moral na modernidade está enfraquecida. Não estou falando das atitudes, ações e pensamentos dos antepassados, como nossos avós. Estou falando em relação à família, casamento, aborto etc. Com a facilitação do divórcio, pesquisas apontam uma porcentagem maior no número de separação. Com a divulgação da mídia em banalizar o casamento, a fidelidade, e a troca de parceiros como trocar de camisa se intensificou nos casamentos, a moral está enfraquecida.


Agora, o moralista moderno se engana quando não mata, não pratica assalto à mão armada, e pensa estar com a consciência limpa e até discursa sobre moral, mas mente, engana, forja, fura sinal vermelho, não enfrenta fila. Isso também não diz respeito à moral? Os moralistas modernos se escondem em roupas de grife, e estão nos púlpitos do congresso ou das igrejas, exigindo e cobrando do povo, quando eles mesmos não têm “moral” para cobrar. Os que não cobram do povo, querem transmitir uma imagem de moralista, mas quando dizemos para atirar a pedra aquele que não deve, não fica um no seu posto.


Cada um de nós, temos inserido em nosso íntimo, a ideia do que é certo ou errado. É a consciência, o tribunal que aprova ou reprova nossas atitudes. Mas quando nos tornamos moralistas, apesar da consciência acusar, fazemos exatamente ao contrário do que ela manda. Sabemos o que é certo e errado, mas não fazemos.


É notável como o moralista moderno sabe julgar os outros quando erram. Julga segundo os critérios que ele escolheu, ou segunda as condutas que ele conhece. Mas nunca vimos alguém fazer juízo de si próprio, ou se policiando para não infringir em erros que deturpam a moral. Todavia, tudo que não consta nas normas que ele escolheu, ele as pratica. Assim o moralista faz uma seleção da moral, escolhendo e praticando o que ele pensa ser certo.

A moral pode ser estudada como a busca de entender ou a luta por praticar o bem, para se chegar à felicidade e se realizar prazerosamente. Ou também a moral do dever, que dita regras, ou impõem algo para aqueles que optam por entrar numa religião, organização ou até mesmo na sociedade.


O moralismo também é entendido como a valorização exacerbada de um conjunto de regras ultrapassadas para a modernidade desenvolvida pela tecnologia e avanços sociais. O moralismo se apresenta especialmente quando essas regras de valores (que antigamente eram observados à risca), e hoje são quebrados pela descoberta moderna de que são regras infundadas, e que não fazem parte do conjunto de conceitos e preceitos morais.

Janes Roberto da Costa - janesrc@prmt.mpf.gov.br

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