quinta-feira, 22 de outubro de 2009

A Religião das Relíquias


A Religião das Relíquias


Em seu artigo publicado (em 13/06/03) no site “www.ianpaisley. org”, o Dr. Ian Paisley escreveu o seguinte:

C. G. Spurgeon concluiu um dos seus grandes sermões com as palavras abaixo:

“Não encontro palavras por demais severas. Se cada frase minha fosse um trovão e cada palavra, um relâmpago, mesmo assim não seriam fortes demais para protestar contra a maldito sistema que tem degradado a terra inteira, levando-a a beijar os pés do papa e que ainda continuar a rebaixar a nossa nação, e isso através de uma igreja dita protestante. Ó Deus Todo Poderosos, Tu que é o Deus de Latimer e de Ridley, o Deus dos mártires, cujas cinzas ainda se encontram entre nós, será que vais tolerar que este povo volte aos falsos deuses, aos santos e santas, às virgens e crucifixos, às relíquias e às baforadas de fumaça e ao domínio tenebroso? Pois a isso ele vai chegar, se a Tua graça não prevalecer. Ó, meu ouvintes, Jesus é o único Salvador dos filhos dos homens. Creiam nele e vivam. Este é o único evangelho e vocês estarão correndo perigo se não o receberem, por amor a Cristo”.

No jornal católico “Universe”, de 08/06/03, foi publicado um longo artigo sobre a lança que feriu o lado do Salvador, após a sua morte.

Cada vez mais a ICAR (Igreja Católica Romana) está indo de volta às relíquias e às trevas da Idade Média, antes da Reforma. A linguagem de Roma é controlada, mas as relíquias não são condenadas nem rejeitadas e muito pelo contrário, têm sido honradas se veneradas.

Se a ICAR rejeita as relíquias, como é que ela gasta tanto tempo expondo a sua história e credibilidade? O artigo do “Universe” entra nos mínimos detalhes. Ele nos conta o nome do soldado que usou a lança e do entusiasmo dos líderes mundiais, de Constantino até Hitler, os quais estiveram de posse da relíquia sagrada.

O artigo diz que a lança “sagrada” foi retirada do Museu de Viena, após a II Guerra Mundial, conforme poderemos ver.

“No capítulo 19, S. João nos conta como, com a aproximação do sábado foi sugerido a Pilatos que as mortes de Jesus e dos dois ladrões com Ele crucificados fossem apressadas, se as pernas destes fossem quebradas. O governador deu-lhes o consentimento e a ordem brutal foi executada nos dois homens condenados com cristo. Mas quando estes chegaram a Jesus, Ele já estava morto e para ter certeza, um dos soldados furou o lado de Jesus com uma lança, tendo escorrido do ferimento sangue e água.



O Centurião



Esse incidente foi registrado por S. João como prova de que na morte Cristo havia cumprido as profecias do Velho Testamento: “Nenhum dos seus ossos será quebrado” e “Verão aquele que traspassaram” .

O soldado que usou a lança não é nomeado no evangelho. Mas conforme o Evangelho de Nicodemos, antes chamado Atos de Pôncio Pilatos ele era um centurião meio cego chamado Longuinho, o qual se ajoelhou depois e teve a sua visão miraculosamente restaurada. Logo em seguida, ele abandonou o exército romano e passou a levar uma vida de oração, tendo sido torturado pela sua fé e se tornado santo.

Contudo, em sua obra “Vida dos santos”, o Ver. Sabino Baring Gould lança algumas dúvidas sobre a veracidade esta história, declarando que o nome do soldado pode ter resultado simplesmente de um erro na tradução da palavra grega “longenhe” , que significa lança”.

Mesmo assim, as supostas relíquias do “soldado” desconhecido têm sido conservadas, por toda a cristandade, inclusive a “lança” rival, para a qual nenhuma exigência de autenticidade tem sido feita pelo Vaticano.

Mas tendo estabelecido na narrativa do seu evangelho que alguém, de fato, enfiou uma lança no lado do Salvador, é precisa haver muito pouca imaginação para entender por que esse artefato, manchado com o verdadeiro sangue de Cristo, poderia ser, caso ainda existisse, uma das relíquias mais sagradas já conhecidas do mundo cristão.

A lenda diz que no Século IV da Era Cristã, Constantino, o Grande, invocou o poder da lança para cristianizar o Império Romano e que Carlos Magno (nascido em cerca de 742 d.C.) também recebeu o poder através da posse da mesma. Duzentos anos mais tarde, L. de Cremona deixou a primeira narrativa escrita sobre a relíquia sagrada, ligando-a ao primeiro sacro imperador romano, Constantino. Enquanto isso, em 1084 o seu sucessor Henrique IV afirmou em sua coroação que a lança continha também um dos cravos usados na crucificação.

Lá pelo Século XIV, o valor dessa propaganda era tal que Carlos IV da Boêmia e Alemanha, a reclamaram para o trono, afirmando que a relíquia era a “Lança do Senhor”.

Contudo, em 1424, Sigismundo de Luxemburgo vendeu a lança à cidade conhecida como Nuremberg, onde ela permaneceu até 1800, quando foi contrabandeada para Viena, a fim de livrá-la de ser capturada por Napoleão.

Foi ali que o jovem Adolfo Hitler viu a lança e ambicionou-a, pelo poder que ele acreditava que ela proporcionava a quem a possuísse.

Historiadores mais moderados afirmam que ela foi roubada no meio das “jóias da coroa” da Casa de Habsburgo, entre as quais a lança se encontrava, o que é mais consistente com a narrativa da devastação de outros museus, e que Hitler a considerava uma relíquia, simplesmente como o fazia com outros espólios de guerra. E que no final do conflito a lança , ou talvez uma réplica da mesma, foi recapturada pelos soldados americanos e conduzida de volta ao Museu Kunsthistorishes de Viena”.

E mesmo permanecendo a duvidosa autenticidade da lança exposta, o artigo prossegue:

“Sua origem é depressa esquecida, mas a piedade popular se encarrega do resto e a lança continua a ser reverenciada, junto com outros tesouros menores, como um dente de S. João Batista e um osso do braço de Santa Ana, através dos séculos”.



A veneração dessas relíquias é uma supersticiosa idolatria. Mesmo que a lança fosse genuína, ela não poderia conter qualquer valor espiritual. Na história de Israel a serpente de bronze erguida sobre uma haste trouxe a cura a milhares de israelitas. Contudo, o Rei Ezequias, ao constatar que ela estava sendo adorada, mandou que fosse destruída. Vamos ler em Números 21:7-9:

“Por isso o povo veio a Moisés, e disse: Havemos pecado porquanto temos falado contra o SENHOR e contra ti; ora ao SENHOR que tire de nós estas serpentes. Então Moisés orou pelo povo. E disse o SENHOR a Moisés: Faze-te uma serpente ardente, e põe-na sobre uma haste; e será que viverá todo o que, tendo sido picado, olhar para ela. E Moisés fez uma serpente de metal, e pô-la sobre uma haste; e sucedia que, picando alguma serpente a alguém, quando esse olhava para a serpente de metal, vivia”.

Agora vamos ler 2 Reis 18:1-4:

“E sucedeu que, no terceiro ano de Oséias, filho de Elá, rei de Israel, começou a reinar Ezequias, filho de Acaz, rei de Judá. Tinha vinte e cinco anos de idade quando começou a reinar, e vinte e nove anos reinou em Jerusalém; e era o nome de sua mãe Abi, filha de Zacarias. E fez o que era reto aos olhos do SENHOR, conforme tudo o que fizera Davi, seu pai. Ele tirou os altos, quebrou as estátuas, deitou abaixo os bosques, e fez em pedaços a serpente de metal que Moisés fizera; porquanto até àquele dia os filhos de Israel lhe queimavam incenso, e lhe chamaram Neustã”.

Agora vamos ler o Êxodo 20:1-6:

“ENTÃO falou Deus todas estas palavras, dizendo: Eu sou o SENHOR teu Deus, que te tirei da terra do Egito, da casa da servidão. Não terás outros deuses diante de mim. Não farás para ti imagem de escultura, nem alguma semelhança do que há em cima nos céus, nem em baixo na terra, nem nas águas debaixo da terra. Não te encurvarás a elas nem as servirás; porque eu, o SENHOR teu Deus, sou Deus zeloso, que visito a iniqüidade dos pais nos filhos, até a terceira e quarta geração daqueles que me odeiam. E faço misericórdia a milhares dos que me amam e aos que guardam os meus mandamentos”.



O que é proibido no segundo Mandamento?

Deus proíbe a adoração a Deus através de imagens ou de qualquer outro meio exposto na Sua Palavra.

Então, como é que a ICAR ultrapassa o Segundo Mandamento, o qual declara que o homem não deve fazer nem se dobrar diante de imagens fabricadas?

A ICR sempre omite o Segundo Mandamento em seus catecismos. E para esconder essa falcatrua, ela divide o Décimo Mandamento em dois.



O que a ICAR entende como relíquia?

Os cadáveres ou ossos dos santos e qualquer outra coisa que lhes tenha pertencido durante sua vida terrena.



Quais são as duas classes de relíquias mais valorizadas pela ICAR?

São elas: “1. partículas de crânios, ossos, pele, dentes, cabelos, unhas e gotas de sangue dos santos. 2. Instrumentos de tortura através dos quais os santos tenham perecido.”





Nomes de algumas relíquias expostas e veneradas pela ICAR

Dentre uma infinidade de outras coisas, a ICAR expõe e venera como relíquias: “1. os cabelos de Santa Madalena. 2. as pedras atiradas contra Sto. Estevão. 3. o feno da mangedoura de Belém. 4. A cauda do jumento de Balaão. 5. Um dente de S. Paulo. 6. pedaços dos artelhos de Sto. Edmundo”.

Além de várias cabeças de S. Pedro!!!



Qual a veneração devida às relíquias?

“O Concílio de Trento não definiu. As autoridades modernas declaram que as relíquias são “valiosas promessas que animam a sua confiança e comunhão na intercessão dos santos”. Dizem ainda que a estas deveria ser dada “uma honra relativa e inferior, visto como se relacionam a Cristo e aos santos, sendo memoriais destes”. E que “na exibição formal das relíquias na Catedral de S. Pedro, em Roma, adoração formal e pública lhes pé oferecida, enquanto o papa e os cardeais se ajoelham diante delas, do mesmo modo como o fazem diante da hóstia e do altar”.



Qual o fato que contesta a genuinidade das relíquias da ICAR?

É o fato de que existem tantas relíquias de cada apóstolo e santo e tantas duplicatas de cada uma. Os apóstolos devem ter tido várias cabeças, cada um, bem como um número enorme de costelas, a fim de ser conseguido tal suprimento. Helena [mãe de Constantino] , que descobriu a cruz, deve ter possuído nada menos de três corpos, visto como existe um na Igreja de Arascelli, em Roma, outro perto de Rheims, e um terceiro em Constantinopla.

A cruz de Cristo deve ter sido monumental [bem maior do que a estátua do Cristo Redentor no RJ], a fim de poder suprir todos os pedaços que têm sido exibidos. Existem até mesmo relíquias de anjos, como uma pena da asa do arcanjo Miguel.



Qual a vanglória da ICAR sobre os milagres?

Ela afirma que o poder lhe foi transmitido. Que as suas relíquias, imagens e santos, todos eles têm operado milagres e ainda continuam operando. O Cardeal Neumann [bispo anglicano apóstata, amigo de Westcott e Hort, que se converteu ao Catolicismo Romano, no Século XIX) falou:

“Certamente a ICR, de Leste a Oeste e de Norte a Sul está apoiada em milagres”.



Será que o caráter das doutrinas, para cujo apoio os milagres da ICR têm sido aplicados não nos levam a rejeitá-los?

Sim, Deus declara que qualquer sinal ou maravilha operados como suporte a qualquer doutrina contrária à Sua palavra, que não tenham passado por um exame rigoroso, devem ser considerados falsos.



Qual o código moral ou caráter dos supostos milagres alegados pela ICR?

Segundo Francis Schaff, esses milagres não têm sido tão sobrenaturais e acima do racional. Eles têm sido anti-naturais e irracionais.

É dito, por exemplo, que S. Bernardo, quando estava dentro do vapor rumo à França, achando que havia esquecido alguma coisa, voltou caminhando a pé enxuto sobre o mar.

Que S. Dionísio, após ter sido decapitado, andou duas milhas segurando a própria cabeça.

Que Sto. Antônio [hoje é o dia dele] fez o cavalo de um herege venerar a hóstia, inclinando a cabeça e ajoelhando-se diante da mesma.

Que Sto. Hilário, atendendo ao apelo de um dos fiéis que patrocinava o turfe, o qual era invariavelmente derrotado pelos seus antagonistas, deu-lhe uma jarra com água para ser aspergida sobre o cavalo e o curso da corrida. Isso resultou em que o cavalo do tal jóquei ultrapassasse todos os demais, vencendo a corrida. [Este deve ser o padroeiro dos jogadores no hipódromo].

Em contraste a todos esses “milagres” católicos, os de Cristo foram operados com a dignidade e o poder correspondentes ao objetivo de Sua missão. Eles foram uma belíssima ilustração das bênçãos que Ele veio nos prodigalizar.



Qual era a opinião do Cardeal Neumann sobre os milagres da ICAR, antes dele se converter à mesma?

Ele disse que os milagres da ICAR eram “indignos de qualquer autor sábio”, acrescentando que: “a notória falta de sinceridade e as fraudes da ICR em outros assuntos eram suficientes para observar com forte suspeita o seu testemunho de milagres”. Pois, logo depois de passar para o lado romano, ele começou a aceitar os milagres da ICAR, passando a se ajoelhar diante dos seus crucifixos, no choro de suas “madonas” e até mesmo na liquidificação do sangue de San Genaro. [Depois de convertido à ICAR, ele se encaixou direitinho em Efésios 4:18, que diz: “Entenebrecidos no entendimento, separados da vida de Deus pela ignorância que há neles, pela dureza do seu coração”].



Será que esse tipo de caráter da ICAR não foi predito e severamente condenado nas Escrituras Sagradas?

Sim. esta é uma das características do “homem do pecado” , segundo Paulo, na 2 Tessalonicenses 2:7-12: “Porque já o mistério da injustiça opera; somente há um que agora resiste até que do meio seja tirado; e então será revelado o iníquo, a quem o Senhor desfará pelo assopro da sua boca, e aniquilará pelo esplendor da sua vinda; a esse cuja vinda é segundo a eficácia de Satanás, com todo o poder, e sinais e prodígios de mentira, e com todo o engano da injustiça para os que perecem, porque não receberam o amor da verdade para se salvarem. E por isso Deus lhes enviará a operação do erro, para que creiam a mentira; para que sejam julgados todos os que não creram a verdade, antes tiveram prazer na iniqüidade”.

Durante 12 ou 15 séculos a ICR tem se locupletado de falsos dogmas e de milagres espúrios, o que demonstra claramente o caráter de sua enorme apostasia. E na hora em que publicamos este artigo, uma nova relíquia da ICR está chegando de visita à Irlanda – um pedaço da língua de um santo qualquer...



Ian Paisley/Mary Schultze, 13/06/03

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