sexta-feira, 5 de março de 2010

Jóias Preciosas


Jóias Preciosas

Narra uma antiga lenda árabe, que um rabino,
religioso dedicado, vivia muito feliz com sua família.

Esposa admirável e dois filhos queridos.

Certa vez, por imperativos da religião,
o rabino empreendeu longa viagem ausentando-se
do lar por vários dias. No período em que estava ausente,
um grave acidente provocou a morte dos dois filhos amados.

A mãezinha sentiu o coração dilacerado de dor. No entanto,
por ser uma mulher forte, sustentada pela fé e
pela confiança em Deus, suportou o choque com bravura.

Todavia, uma preocupação lhe vinha a mente: como dar
ao esposo a triste notícia?

Sabendo-o portador de insuficiência cardíaca,
temia que não suportasse tamanha comoção.
Lembrou-se de fazer uma prece.

Rogou a Deus auxílio para resolver a difícil questão.
Alguns dias depois, num final de tarde,
o rabino retornou ao lar.

Abraçou longamente a esposa e perguntou pelos filhos...

Ela pediu para que não se preocupasse.
Que tomasse o seu banho, e logo depois
ela lhe falaria dos moços.

Alguns minutos depois estavam ambos sentados a mesa.
Ela lhe perguntou sobre a viagem, e logo ele
perguntou novamente pelos filhos.

A esposa, numa atitude um tanto embaraçada,
respondeu ao marido:

Deixe os filhos. Primeiro quero que me ajude a
resolver um problema que considero grave.

O marido, já um pouco preocupado perguntou:
O que aconteceu? Notei você abatida! Fale!

Resolveremos juntos, com a ajuda de Deus.

Enquanto você esteve ausente, um amigo nosso
visitou-me e deixou duas jóias de valor incalculável,
para que as guardasse. São jóias muito preciosas!

Jamais vi algo tão belo! O problema é esse !
Ele vem buscá-las e eu não estou disposta a devolve-las,
pois já me afeiçoei a elas. O que você me diz?

Ora mulher! Não estou entendendo o seu comportamento!
Você nunca cultivou vaidades!... Por que isso agora?

É que nunca havia visto jóias assim! São maravilhosas!

Podem até ser, mas Não lhe pertencem!
Terá que devolvê-las.
Mas eu Não consigo aceitar a idéia de perdê-las!

E o rabino respondeu com firmeza:

Ninguém perde o que Não possui.
Retê-las equivaleria a roubo!

Vamos devolvê-las, eu a ajudarei.
Faremos isso juntos, hoje mesmo.

Pois bem, meu querido, seja feita a sua vontade.

O tesouro será devolvido. Na verdade isso já foi feito.

As jóias preciosas eram Nossos filhos.
Deus os confiou a nossa guarda, e durante
a sua viagem veio buscá-los Eles se foram.

O rabino compreendeu a mensagem. Abraçou a esposa,
e juntos derramaram grossas lágrimas.

Talvez nossas vidas fossem muito mais calmas se
entendêssemos que tudo que temos foi concedido por Deus.

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