terça-feira, 7 de dezembro de 2010

A natureza de Deus


A NATUREZA DE DEUS OU SEU MODO DE SER

Quem é Deus? O que constitui a natureza divina? Qual é o modo de ser de Deus? Estas perguntas nos levam à sarça ardente e à terra santa. Nós devemos caminhar suavemente, andar humildemente e evitar suposições. Mas podemos ir até onde a revelação divina for.

Existe realmente uma natureza divina. Com a palavra "natureza" indicamos as características que diferenciam um ser dos demais. Falamos, portanto, da natureza angélica, da natureza humana e da natureza das bestas feras. A possibilidade de falarmos da natureza de Deus foi sugerida pelo apóstolo Paulo quando disse que os gálatas, antes de serem convertidos, serviam aqueles que por natureza não eram deuses. Gálatas 4:8. Isto claramente implica a existência de alguém que por natureza é Deus.

DEUS É UM SER PESSOAL

A pessoa de Deus é bem distinta do panteísmo, que diz que tudo o que é agregado é Deus. Deus é tudo e tudo é Deus. Como um ser pessoal, Deus é imanente e transcendente, isto significa que, Ele está na Sua criação e ao mesmo tempo acima de Sua criação. Ele é uma pessoa na Sua criação e ao mesmo tempo Ele está separado e bem distinto dela. Ele também está acima de Sua criação, isto é, Ele é maior que Sua criação, distinto dela e não faz parte dela. Na oração de Salomão por ocasião da dedicação do templo, ele prestou tributos à grandeza transcendental de Deus com estas palavras: "Mas na verdade habitará Deus na terra? Eis que os céus e até o céu dos céus, te não poderiam conter, quanto menos esta casa que eu tenho edificado". 1 Reis 8:27.

Existem três marcas de personalidade: a auto-consciência, auto-determinação e consciência moral e todas estas três qualidades pertencem a Deus.

DEUS É UM SER ESPIRITUAL

Deus é exclusivamente espírito. João 4:24. O leitor deverá reconhecer esta verdade ou terá problema para entender as três pessoas da trindade. Como espírito Deus não pode ser dividido ou composto. Como espírito Ele é invisível e intangível. "Deus nunca foi visto por alguém. O Filho unigênito que está no seio do Pai, esse o fez conhecer". João 1:18.

ARGUMENTO

1. Ele é o criador dos espíritos, e desde que o ser espiritual é o nível mais alto de ser, Ele deve ter a natureza pertencente a este nível.

2. As Escrituras atribuem espiritualidade a Deus. João 4:24, Hebreus l2:9.

3. Sua espiritualidade pode ser argumentada do ponto de Sua imensidade e eternidade. Ele é infinito quanto a espaço e tempo. A matéria é limitada ao tempo e espaço, mas Deus é onipresente e eterno.

4. Sua espiritualidade pode ser argumentada através de Sua independência e imutabilidade. Tudo o que é matéria pode ser dividido, somado ou diminuído. A matéria é sujeita as mudanças, mas Deus é imutável.

5. Sua espiritualidade pode também ser argumentada através de Suas perfeições absolutas. A matéria impõe limitações e não é sistemática nem consistente com a perfeição absoluta. A palavra perfeição é usada aqui com um significado amplo e não só no sentido de não ter pecado. O Salvador, em Seu corpo humano tinha Seus limites ainda que sem pecado. Ele não podia estar em todos os lugares ao mesmo tempo. Ele não estava imune à fome, sede, cansaço e dor.

OBJEÇÃO

Muitas passagens nas Escrituras atribuem partes do corpo a Deus. Falam de Seus olhos, Sua face, Suas mãos e Seus braços, etc. Em réplica podemos dizer que a linguagem é figurativa e é usada de modo conveniente ao entendimento humano. Tal linguagem é chamada de antropomorfismo, isto é atribuição de características humanas a seres que não são humanos.

DEUS É UM SER TRIÚNO

Existe uma essência Divina de ser que subsiste em três pessoas: Pai, Filho e Espírito Santo. Deus é uma trindade, três em um. Na primeira parte do século IV quando o arianismo ameaçava dominar o setor religioso, um jovem teólogo, Atanásio, formulou uma declaração que foi incorporada no credo Nicenos. Dizia: "Nós adoramos um Deus na trindade e trindade em união, não confundindo as pessoas nem dividindo a substância". Esta afirmação é notória e profunda, mas clara e simples. A noção ariana fazia do Pai, o supremo Deus e do Filho apenas um ser divino, mas subordinado. De acordo com ÁRIUS, o Filho era semelhante, mas não da mesma substância do Pai.

A noção Sabeliana é que Deus é uma pessoa, que se manifesta certas vezes como o Pai, às vezes como o Filho e ainda outras vezes como o Espírito Santo. Mas tal noção faria com que Ele deixasse de existir como Pai quando manifestado como Filho.

Se Deus fosse um ser físico existindo como uma trindade, Ele estaria em três partes, e se estas partes fossem pessoas, cada pessoa seria apenas parte de Deus. Mas como espírito, Ele é três pessoas mas uma só substância e cada pessoa é em si o todo de Deus. Concernente ao Filho, lemos que nEle habitou corporalmente toda a plenitude da divindade. Colossenses 2:9. E também Ele é chamado a imagem do Deus invisível em Colossenses 1:15.

Deus não é três pessoas no mesmo sentido que um pai, mãe e filho são três pessoas de uma só família.

Deus tem três modos de ser, três centros de consciência pessoal. Essencialmente Ele é um, mas relativamente Ele é três pessoas. E nestas relações, Ele existe como o Pai, o Filho e o Espírito Santo. O Doutor Strong resume o fato da seguinte maneira: Na questão da fonte, origem e autoridade, Ele é Pai: No questão de expressão, meio e revelação, Ele é Filho. E na questão de compreensão, realização e concepção, Ele é Espírito. O Doutor Strong em quatro pensamentos faz um resumo da diferença entre o trabalho do Filho e do Espírito Santo.

1. O semear parece ser obra de Cristo, e a ceifa é obra do Espírito Santo.

2. Cristo é o órgão de revelação exterior, o Espírito Santo é o órgão de revelação interior.

3. Cristo é nosso advogado no céu, o Espírito Santo, advogado na alma.

4. Na obra de Cristo somos passivos, mas na obra do Espírito Santo somos ativos.

A TRINDADE - DOUTRINA REVELADA

Do mesmo modo que sem a Bíblia o homem jamais descobriria o único Deus verdadeiro, ele jamais poderia descobrir sem a Bíblia a trindade da Divindade. A razão humana é incapaz de descobrir o mistério da trindade, e também não há provas racionais da existência da mesma.

Diz-se que em certa ocasião, Daniel Webster e um amigo escutaram um sermão sobre a Trindade. Ao voltarem da igreja, o amigo disse que tal doutrina era uma impossibilidade matemática. Daniel Webster respondeu: "De acordo com a matemática da terra, sim, mas eu nada sei da matemática celeste"!

A Bíblia nos dá a matemática celestial, e com ela tentaremos provar a Trindade de Deus.

1. Nós temos a Trindade no plural dos nomes de Deus. O primeiro nome de Deus que encontramos na Bíblia está no plural: "No princípio criou (singular) Deus (Eloim, plural) os céus e a terra". Gênesis 1:1. O substantivo plural com o verbo no singular mostra a Trindade trabalhando em união. Charles Smith diz que a Bíblia começa com uma falsificação e que este versículo deve ser lido: "No princípio criou Os Deuses..." Errado, pois o verbo no singular mostra a obra de Um só, mas o substantivo revela três pessoas em uma só essência divina. Encontra-se o nome plural de Deus com maior freqüência nas Escrituras que a forma singular.

2. Nós temos a Trindade nas expressões plurais usadas por Deus quando fala de Si mesmo: "Façamos o homem". Gênesis 1:26; "Desçamos e confundamos". Gênesis 11:7, etc.

3. A Trindade foi mostrada no batismo de Jesus. O Filho encarnado sendo batizado; O Pai manifesto em voz alta e o Espírito Santo na forma de uma pomba. Mateus 3:16-17.

4. Temos ainda a Trindade na fórmula batismal em Mateus 28:19. As Escrituras não dizem: "batizando-os nos nomes (plural) do Pai e do Filho e do Espírito Santo". Do mesmo modo não encontramos o equivalente do plural, pois não lemos: "no nome do Pai, e no nome do Filho, e no nome do Espírito". Ao mesmo tempo as Escrituras não nos dão a idéia de que os três nomes são somente diferentes designações de um mesmo ser, como teríamos se as Escrituras dissessem: "No nome do Pai, Filho e Espírito". As Escrituras dizem: "Batizando-os no nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo".

A TRINDADE REFLETIDA NA CRIAÇÃO

Enquanto que na criação não achamos coisa alguma que explique ou justifique a Trindade de Deus, a trindade explica a criação. Esta criação é um tri-universo, uma criação três em um. Um dos grandes livros de nosso tempo é o livro de Nathan R. Wood intitulado: "O Segredo do Universo". Neste livro o autor mostra o que o universo é, como é, porque foi criado por um Deus triúno. Primeiramente ele demonstra que o universo físico ou exterior é uma trindade. Os elementos básicos são: espaço, matéria e tempo, três modos de existência e, como Deus, cada parte é um todo do todo. E cada uma destas partes básicas são triúnas. O espaço tem três dimensões: comprimento, largura e altura. Cada um é o todo do espaço, mas ao mesmo tempo ainda existem três dimensões. A matéria é composta de três elementos: energia, movimento, e fenômeno; três modos de existência distintos, mas um só e cada modo é um inteiro do todo. Como universo de tempo temos uma trindade absoluta: passado, presente e futuro; cada qual distinto mas ainda cada um compõe o todo. Todo o tempo é ou tem sido futuro; o futuro inclui todo tempo. Todo tempo é ou tem sido ou será presente. E todo tempo é ou será passado.

Em seguida, o autor toma a alma ou o que ele chama de universo interior, e mostra que a alma do homem é triúna, isto é, tem três modos de existir. Ele chama-os de: natureza, pessoa, personalidade; distintos mas cada um permanece sendo o todo da alma. Podemos dizer, trindade absoluta e também unidade absoluta. Aqui, o autor mostra que o homem como alma reflete o Deus triúno de uma maneira que a criação física jamais poderá. Ele faz de Deus a chave que destranca o universo. Num tipo de resumo ele diz: "A estrutura do universo, a natureza de espaço, da matéria, do tempo e da vida humana, atestam a Trindade. Eles refletem a Trindade. Eles exigem a Trindade. A Trindade os explica".

A diferença entre Einstein, com sua teoria da relatividade (argumentada pela sugestão duma quarta dimensão) e Wood é a diferença entre a aproximação ateísta e cristã ao segredo do universo.

Autor: C. D. Cole
Revisão 2004: David A Zuhars Jr
Fonte: www.PalavraPrudente.com.br

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