quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

O fim no princípio - Ninrode e a Babel


O fim no princípio

Escrito por Mário Moreno Seg, 01 de Novembro de 2010 10:37
.O fim no princípio

Por que o Eterno deu a ordem para que Abrão saísse de sua terra e do meio de sua parentela? Vamos descobrir os motivos disso agora!

A primeira coisa que devemos saber é onde Abrão residia. Ele morava numa cidade chamada Charan. A Torah nos diz o seguinte: “Ora, o IHVH disse a Abrão: Sai-te da tua terra, da tua parentela e da casa de teu pai, para a terra que eu te mostrarei. E far-te-ei uma grande nação, e abençoar-te-ei e engrandecerei o teu nome; e tu serás uma bênção. E abençoarei os que te abençoarem, e amaldiçoarei os que te amaldiçoarem; e em ti serão benditas todas as famílias da terra. Assim partiu Abrão como o IHVH lhe tinha dito, e foi Ló com ele; e era Abrão da idade de setenta e cinco anos quando saiu de Harã” Gn 12:1-4.

Sobre esta cidade está dito que ela é a origem do reino de Ninrode, Babel – palavra traduzida por “Babilônia”. Vejamos o relato: “E Cuxe gerou a Ninrode; este começou a ser poderoso na terra. E este foi poderoso caçador diante da face do IHVH; por isso se diz: Como Ninrode, poderoso caçador diante do IHVH. E o princípio do seu reino foi Babel, Ereque, Acade e Calné, na terra de Sinar” Gn 10:8-10. Aqui a palavra “Ereque” se refere à uma cidade perto de Ur, no Rio Eufrates inferior. O Talmude (Yomá 10a) identifica-a como Urichut ou Archat. Essa é identificada com Uruk, um nom antigo para Erech. O targum tem Hadas, que pode ser identificada como Edessa. O Midrash identifica-a como “Charan”. Esta seria a cidade onde Abrão e sua família habitariam tempos depois.

Agora entendemos o motivo pelo qual o Eterno ordena a Abrão para que saia daquele lugar. Ele estava vivendo no reino de Babel – Babilônia” - e por isso o Eterno desejava que ele saísse dali, pois mais tarde a mesma ordem seria dada aos judeus para que fizessem o mesmo no período da grande tribulação. O texto está registrado e diz o seguinte: “E ouvi outra voz do céu, que dizia: Sai dela, povo meu, para que não sejas participante dos seus pecados, e para que não incorras nas suas pragas” Ap 18:4.

Esta ordem dada a Abrão faz com que entendamos que era necessário sair do “reino da confusão” – pois a palavra “babel” significa isso [confusão] – para que Ele pudesse estabelecer na terra um novo padrão dando a humanidade mandamentos que refletissem a Sua personalidade e apontassem para a forma como o Eterno deseja governar o mundo. Por isso era importante “sair” daquele meio; não há como estabelecer um padrão de restauração enquanto no governo estão pessoas que trabalham para que a “confusão” seja estabelecida, pois a confusão é o desgoverno – ou a falta de governo – que reflete num padrão de atitudes completamente dissociado do Eterno e de sua vontade para o homem. O padrão da confusão é o padrão da “carne” onde o homem age da forma como acha que deve agir e tenta resolver os problemas que aparecem com os seus próprios recursos humanos e carnais. Ele usa sua inteligência o força – domínio humano – para tentar abordar e resolver questões de cunho espiritual.

Devemos nos lembrar que quem iniciou este “reino” foi Ninrode. Mas quem foi ele? Vejamos um pouco de sua história.

Nimrod (também grafado Ninrode ou Nemrod) é um personagem biblico descrito como o primeiro poderoso na terra (Gênesis 10:8; 1 Crónicas 1:10). Filho de Cush, que era filho de Cam, que era filho de Noé.

Significado do Nome
Os escritos rabínicos derivaram o nome Ninrode do verbo hebraico ma·rádh, que significa "rebelar". Assim, o Talmude Babilônico (Erubin 53a) declara: "Então, por que foi ele chamado de Ninrode? Porque incitou todo o mundo a se rebelar (himrid) contra a Sua soberania." — Encyclopedia of Biblical Interpretation (Enciclopédia de Interpretação Bíblica), de Menahem M. Kasher, Vol. II, 1955, p. 79.

A respeito do nome , o orientalista E. F. C. Rosenmüller escreveu: "O nome Ninrode se deriva de [ma·rádh], 'ele se rebelou', 'ele desertou', segundo o significado hebraico." Rosenmüller explica ainda que "os orientais têm o costume de se referir muitas vezes às pessoas de destaque por outro nome dado após a sua morte, e por isso às vezes há uma notável harmonia entre o nome e os atos da pessoa".

Extensão do seu Reinado e um breve Histórico
Segundo a Bíblia, o reinado de Nimrod incluía as cidades de Babel, Ereque, Acade e Calné, todas na terra de Sinear ou Senaar (Gênesis10:10). Foi, provavelmente, sob o seu comando que se iniciou a construção de Babel e da sua torre. Tal conclusão está de acordo com o conceito judaico tradicional.

Sobre este homem, Josefo escreveu: "Pouco a pouco, transformou o estado de coisas numa tirania, sustentando que a única maneira de afastar os homens do temor a Deus era fazê-los continuamente dependentes do seu próprio poder. Ele ameaçou vingar-se de Deus, se Este quisesse novamente inundar a terra; porque construiria uma torre mais alta do que poderia ser atingida pela água e vingaria a destruição dos seus antepassados. O povo estava ansioso de seguir este conselho, achando ser escravidão submeter-se a Deus; de modo que empreenderam construir a torre [...] e ela subiu com rapidez além de todas as expectativas." — Jewish Antiquities (Antiguidades Judaicas), I, 114, 115 (iv, 2, 3)

Parece que Nimrod estendeu o seu domínio ao território da Assíria e construiu ali "Nínive, e Reobote-Ir, e Calá, e Resem, entre Nínive e Calá: esta é a grande cidade" (Gênesis 10:11, 12 "Tradução do Novo Mundo das Escrituras Sagradas". Miquéias 5:6 informa: "Eles apascentarão a terra da Assíria pela espada e a terra de Nimrod pelo seu punhal" ("Bíblia de Jerusalém"), o que parece associar a terra de Assur, em Gênesis 10:11, com a Assíria. Visto que a Assíria evidentemente derivou seu nome de Assur, filho de Sem, Nimrod ou Ninrode, como neto de Cam, deve ter invadido território semita. Assim, parece que Nimrod começou a tornar-se um poderoso, ou herói, não só como caçador de animais, mas também como guerreiro, homem de agressão. (Gênesis 10:8) A Cyclopædia de M’Clintock e Strong observa: "O que Ninrode fez ao sair no encalço como caçador era o primeiro indício do que conseguiu como conquistador. Pois a caça e o heroísmo, desde antigamente, estavam associados de modo especial e natural [...] Os monumentos assírios representam também muitas proezas na caça, e a palavra é muitas vezes empregada para indicar uma campanha. [...] A caça e a batalha, que no mesmo país, em tempos posteriores, estavam tão intimamente relacionadas, portanto, podem estar aqui virtualmente associadas ou identificadas. O significado, então, será que Ninrode foi o primeiro, depois do dilúvio, a fundar um reino, a unir os espalhados fragmentos do domínio patriarcal e a consolidá-los sob si próprio como único cabeça e senhor; e tudo isso em desafio a Deus, pois significava a intrusão violenta do poder camítico em território semítico." — 1894, Vol. VII, p. 109.

Historicidade e Tradição
A Collier’s Encyclopedia afirma: "Os peritos têm tentado, sem real êxito, identificar Ninrode com diversos reis, heróis, ou deidades antigas, dentre eles Merodaque [Marduque ou Marduc], um deus assírio-babilônico; Gilgamés [Gilgamesh], um herói babilônio que se tornou famoso como caçador; e Órion, um caçador da mitologia clássica". Na verdade, pouco mais se sabe sobre este governante do que aquilo que a Bíblia menciona. No entanto, a tradição árabe menciona-o. O nome, como Nimrude ou Nimroude, ocorre em designações de lugares no Próximo Oriente. Poemas didáticos sumério-acadianos relatam os seus feitos heróicos. E Josefo, historiador judeu, refere-se nominalmente a ele.

Segundo a tradição religiosa, Nimrod foi executado devido à sua rebelião contra Javé, o Deus de Noé. Os seguidores de Ninrode consideraram a sua morte violenta uma tragédia ou calamidade, e o deificaram. Comemoravam a sua morte anualmente no primeiro e segundo dia do mês lunar de Tamuz, quando as mulheres choravam o seu ídolo.

Percebemos que por este relato Ninrode foi um homem que buscou incessantemente estar sempre em evidência. Ele foi o rebelde que tentou de todas as formas fazer com que os homens pudessem alcançar aos céus para que sua fama fosse perpetuada pelos séculos vindouros por sua grandiosa obra!

Mistura e confusão
Este é o principal objetivo do adversário: mistura e confusão! Veja que ele tentou usar este estratagema contra os judeus para que eles perdessem a sua real identidade e para que o Ungido – Mashiach – não nascesse como estava profetizado.

O adversário usou uma nação para tentar corromper os judeus de uma forma muito simples, porém eficaz: “E o rei da Assíria trouxe gente de Babilônia, de Cuta, de Ava, de Hamate e Sefarvaim, e a fez habitar nas cidades de Samaria, em lugar dos filhos de Israel; e eles tomaram a Samaria em herança, e habitaram nas suas cidades” II Rs 17:24.

“Porém cada nação fez os seus deuses, e os puseram nas casas dos altos que os samaritanos fizeram, cada nação nas cidades, em que habitava. E os de Babilônia fizeram Sucote-Benote; e os de Cuta fizeram Nergal; e os de Hamate fizeram Asima” II Rs 17:29-30.

Além da mistura eles trouxeram cada um o seu “deus” em forma de ídolos... Misturaram os costumes, as línguas e agora os deuses! Isso faria com que se criasse um “idioma” alternativo para que todos pudessem se comunicar entre si e também haveria uma “troca” e adaptação entre os deuses deles. A “mistura” – sincretismo – criaria novas religiões e faria com que a verdadeira identidade dos judeus desaparecesse para sempre!

Será que notamos alguma semelhança desta estratégia com aquilo que estamos vivendo hoje em nossa sociedade e também nas igrejas “protestantes”? Quanto temos nos afastado da nossa raiz e buscado “alternativas” a fim de que possamos nos identificar cada vez mais com as pessoas que desejamos “atrair” para o nosso meio. Concessões... e perigo à vista! O espírito de Ninrode usa o rei da Assíria para tentar causar um mal irreversível em Israel e modernamente age também no meio da Igreja para tentar fazer o mesmo com ela, afastando-a de suas origens – Israel.

O fim de Babel profetizado
As Escrituras nos falam de uma profecia que aponta para a punição de Babel – Babilônia – e que haveria alegria neste dia! Está escrito assim: “Lembra-te, IHVH, dos filhos de Edom no dia da destruição de Jerusalém, que diziam: Arrasai-a, arrasai-a até aos seus alicerces. Oh! filha de Babilônia, destinada estás a ser devastada; feliz aquele que te retribuir o sofrimento que nos inflingiste. Feliz aquele que pegar em teus filhos e der com eles nas pedras” Sl 137:7-9. Esta profecia- que é também um lamento dos judeus que estavam cativos em Babel – Babilônia – aponta para um tempo no futuro quando o Eterno de fato julgará a esta nação ímpia e lhe dará o pago por tudo aquilo que fez com Israel ao longo dos séculos. Suas atitudes para com o povo judeu terão seu reflexo num evento que destruirá a nação “Babel” e seu sistema de governo. Por que na realidade a “nação” Babel não existe hoje como na antiguidade; porém ela deixou seu legado para as demais nações do mundo que absorveram-no e hoje usam seus “ensinos” e seus métodos de trabalho para se conduzirem no cenário mundial! Esta profecia está localizada no livro de Apocalipse e refere-se ao período conhecido como “grande tribulação”; ali está escrito: “E clamou fortemente com grande voz, dizendo: Caiu, caiu a grande Babilônia, e se tornou morada de demônios, e covil de todo espírito imundo, e esconderijo de toda ave imunda e odiável. Porque todas as nações beberam do vinho da ira da sua prostituição, e os reis da terra se prostituíram com ela; e os mercadores da terra se enriqueceram com a abundância de suas delícias. E ouvi outra voz do céu, que dizia: Sai dela, povo meu, para que não sejas participante dos seus pecados, e para que não incorras nas suas pragas. Porque já os seus pecados se acumularam até ao céu, e Deus se lembrou das iniqüidades dela. Tornai-lhe a dar como ela vos tem dado, e retribuí-lhe em dobro conforme as suas obras; no cálice em que vos deu de beber, dai-lhe a ela em dobro. Quanto ela se glorificou, e em delícias esteve, foi-lhe outro tanto de tormento e pranto; porque diz em seu coração: Estou assentada como rainha, e não sou viúva, e não verei o pranto. Portanto, num dia virão as suas pragas, a morte, e o pranto, e a fome; e será queimada no fogo; porque é forte o Senhor Deus que a julga. E os reis da terra, que se prostituíram com ela, e viveram em delícias, a chorarão, e sobre ela prantearão, quando virem a fumaça do seu incêndio; estando de longe pelo temor do seu tormento, dizendo: Ai! ai daquela grande Babilônia, aquela forte cidade! pois numa hora veio o seu juízo. E sobre ela choram e lamentam os mercadores da terra; porque ninguém mais compra as suas mercadorias: mercadorias de ouro, e de prata, e de pedras preciosas, e de pérolas, e de linho fino, e de púrpura, e de seda, e de escarlata; e toda a madeira odorífera, e todo o vaso de marfim, e todo o vaso de madeira preciosíssima, de bronze e de ferro, e de mármore; e canela, e perfume, e mirra, e incenso, e vinho, e azeite, e flor de farinha, e trigo, e gado, e ovelhas; e cavalos, e carros, e corpos e almas de homens. E o fruto do desejo da tua alma foi-se de ti; e todas as coisas gostosas e excelentes se foram de ti, e não mais as acharás. Os mercadores destas coisas, que com elas se enriqueceram, estarão de longe, pelo temor do seu tormento, chorando e lamentando, e dizendo: Ai, ai daquela grande cidade! que estava vestida de linho fino, de púrpura, de escarlata; e adornada com ouro e pedras preciosas e pérolas! porque numa hora foram assoladas tantas riquezas. E todo o piloto, e todo o que navega em naus, e todo o marinheiro, e todos os que negociam no mar se puseram de longe; e, vendo a fumaça do seu incêndio, clamaram, dizendo: Que cidade é semelhante a esta grande cidade? E lançaram pó sobre as suas cabeças, e clamaram, chorando, e lamentando, e dizendo: Ai, ai daquela grande cidade! na qual todos os que tinham naus no mar se enriqueceram em razão da sua opulência; porque numa hora foi assolada” Ap 18:2-19 – grifo nosso.

Por esta razão fica o conselho para os judeus e para aqueles que viverão nesta época dizendo: “E ouvi outra voz do céu, que dizia: Sai dela, povo meu, para que não sejas participante dos seus pecados, e para que não incorras nas suas pragas” Ap 18.4, pois assim como o Eterno ordenou a Abrão para que saísse de Babel Ele também ordena aos seus filhos que abandonem esta cidade – e também este sistema de coisas – para que vivam uma vida diferenciada e reta dentro dos padrões do Eterno e não do mundo!

Agora vamos dar ouvidos à ordem do Eterno e vamos em busca de abandonarmos Babel – confusão – para sermos conduzidos pelo Eterno para a terra que Ele mesmo escolheu para nós; uma terra que tem leis próprias e que abriga um povo que não se curva diante do espírito de Babel, mas que somente busca obedecer à Palavra do Eterno!

Que assim seja em nome de Ieshua!

Mário Moreno

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