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segunda-feira, 30 de maio de 2011
A Pureza do Movimento Pentecostal
A PUREZA DO MOVIMENTO PENTECOSTAL
Por Elienai Cabral
O Movimento Pentecostal, antes de qualquer estereótipo que se queira dar, é um movimento do Espírito Santo pautado nas Escrituras
Ao longo da história da Igreja, desde o Dia de Pentecostes, o Movimento Pentecostal, embora comprovadamente histórico e originado pela manifestação presencial do Espírito Santo, tem sido alvo de ataques inescrupulosos e alguns equívocos. Sempre que vem à tona a temática sobre o Pentecostalismo, surgem verdades e mentiras. Conceituações equivocadas sobre sua doutrina e história devem merecer uma apreciação acurada e uma refutação bíblico-teológica. A história não pode basear-se em especulações, mas em fatos. A ignorância histórica produz injustiças e enganos, e o Movimento Pentecostal não pode se dar ao luxo de não refutar esses equívocos e mostrar a origem e a realidade atual do pentecostalismo autêntico. O pentecostalismo bíblico define-se com um movimento espiritual que enfatiza as manifestações espirituais do Dia de Pentecostes como manifestações que se evidenciam no tempo presente da vida da Igreja hoje.
1 – A ORIGEM DO PENTECOSTES CRISTÃO
O ponto de partida do Movimento Pentecostal
A escritura em Atos 2.1 diz literalmente: “Cumprindo-se o dia de Pentecostes”. Nessa ocasião, veio o Espírito Santo de forma invasiva sobre um grupo de homens e mulheres reunidos num mesmo lugar num cenáculo localizado na cidade de Jerusalém. Na vida de Israel, as festas coletivas e religiosas tinham um caráter especial. Das várias festas de Israel, três delas eram consideradas as principais com a participação de todo povo Êx 23.24-17; Lv 23.15-22. A primeira era a “Festa da Páscoa e dos Pães Asmos”, as duas festas eram seguidas, uma após outra, e comemoravam a saída do Egito. A outra era a “Festa do Pentecostes”, também conhecida como “Festa das Semanas”, ou seja, cinqüenta dias depois da Páscoa Êx 34.22; Lv 23.15-22, no quinquagésimo dia, chamado “Dia das Primícias” ou “Dia da Colheita”. O Pentecostes era, de fato, uma festa agikj5rícola em que todo povo de Israel que agradecia a Deus pela colheita do trigo. Esse dia especial, o dia de Pentecostes, tornou-se significativo porque inaugurou um novo tempo, uma nova dispensação da graça comandada pelo Espírito Santo. Ele, o Espírito Santo, era o cumprimento da “promessa do Pai” que Jesus falara aos seus discípulos em sua vida terrena. Depois da sua ressureição, Jesus fez a promessa com estas palavras: “E eis que sobre vós envio a promessa de meu Pai: ficai, porém na cidade de Jerusalém, até que do alto sejais revestidos de poder” Lc 24.49.
Do pentecostes judaico ao cristão
Sem dúvida, a Festa de Pentecostes ganhou um sentido especial. Inicialmente, os cristãos procuravam, em Jerusalém, o seu majestoso Templo judaico. Nas outras cidades onde não havia um templo, os cristãos procuravam as sinagogas para cultuarem a Deus. Entretanto, essa experiência não perdurou por muito tempo por causa da rejeição daqueles cristãos À forma de adoração que faziam. Depois da destruição do Grande Templo no ano de 70 d.C., os judeus não tinham mais onde se reunir para os cultos judaicos, mas os cristãos entenderam que um local específico não lhes impedia de cultuar ao Senhor. Em virtude do derramamento do Espírito Santo no Dia de Pentecostes, a Igreja de Cristo ganhou uma dinâmica especial do Espírito Santo que a impelia a evangelizar e a comungar em união. As manifestações do Espírito Santo se tornaram uma constante na vida da Igreja At 19.1-20
Como surgiu o termo pentecostalismo?
Pentecostalismo é um termo moderno inspirado no vocábulo grego pentecostes que significa “qüinquagésimo”. Essa nominação surgiu, inicialmente, da recusa de líderes tradicionais do cristianismo dos séculos 17 ao , ao movimento de renovação espiritual. A insatisfação com a igreja romana, anglicana e ortodoxa provocou um desejo intenso pela renovação da igreja mediante a operação livre do Espírito Santo. A insatisfação e o desejo de mudança e volta aos princípios da Igreja Primitiva acenderam um sentimento de protesto entre os cristãos comprometidos com a simplicidade da Palavra de Deus. A partir daí, esses movimentos tornaram-se fortes e as discussões doutrinárias e de reforma teológica agitaram, especialmente, o final do século 19. Em 1739, John Wesley discordou da igreja anglicana e iniciou uma nova igreja voltada para a santificação e a oração. O termo “pentecostal” começou a ganhar espaço entre esses cristãos, denominados de fundamentalistas. Em Londres, a palavra “pentecostalismo” ganhou importância e passou a identificar e passou a identificar esse movimento de santidade e oração. Em 1901, o reavivamento em Topeka, Texas, em Chicago, e depois em Los Angeles, Califórnia, fortaleceu-se, levando a formação de grupos independentes de crentes que aceitavam a liberdade do Espírito e se tornou conhecido, inicialmente, como Fé Apostólica e como Igreja Missão.
Era o início do século 20. A aceitação do batismo com o Espírito Santo com a evidência do falar em línguas e a manifestação dos dons do Espírito deu impulso à criação do termo “pentecostal” como um título que representava os cristãos comprometidos com a obra de santificação do Espírito. Sem entrar em detalhes históricos, mas esse título “ pentecostal ou pentecostalismo” fora dado a um grupo de cristãos insatisfeitos com o tipo de cristianismo seco e vazio da presença do Espírito Santo vivido pelas igrejas tradicionais. A insatisfação, o desejo de mudança e a volta aos princípios da Igreja Primitiva produziram um sentimento de protesto entre os cristãos comprometidos com a Palavra de Deus. Inicialmente, esse título fora dado com um sentido de menosprezo aos que buscavam santidade e pureza no modo de viver. O termo “pentecostal” era relegado a um tratamento de menosprezo e discriminação.
II – A TRAJETÓRIA DO PENTECOSTALISMO
A Promessa da efusão do Espírito
O derramamento do Espírito tem a ver com a efusão do efusão Espírito Santo, que significa o ato de derramar dentro daqueles que aceitaram a mensagem de Cristo. A promessa divina por intermédio de profeta Joel tinha um caráter universal, porque !toda a carne” seria alcançada pelo derramamento do Espírito (Jl 2.28-32). Era uma promessa, inicialmente, dirigida ao povo judeu, mas alcançaria todos aqueles que reconhecessem a Cristo Jesus em todos os lugares e épocas ( At 2.1-13,19). O Dia de Pentecostes foi o dia marcante porque interrompeu com o legalismo judaico de sua liturgia e mostrou o poder de Deus a todos os homens. O Movimento Pentecostal implica uma ação contínua e renovadora do Espírito Santo na vida da Igreja, fazendo com que esta cumpra cabalmente as demandas da Grande Comissão (Mt 28.19,20; Mc 16.15-20)
O Movimento pentecostal tem o testemunho dos séculos
O “fogo” que foi visto em línguas ou chispas sobre as cabeças dos discípulos no cenáculo não se apagou naquele dia. É um fogo que incendiou aquelas pessoas e até o dia de hoje está aceso como sinal que o Espírito Santo está ativo na Igreja de Cristo. A partir do século 15 ao 18, com a Reforma Protestante iniciada com Martinho Lutero (1517), surgiram outros homens e mulheres cheios do Espírito Santo, os quais permitiram que o Espírito Santo produzisse um “novo movimento espiritual”. Em 1530, toda a Europa foi influenciada e despertada para uma revisão de conteúdo da doutrina da igreja que havia sido maculado com as heresias da igreja romana. Alguns concílios foram realizados e as doutrinas principais da igreja foram revitalizadas e esclarecidas, especialmente as que envolviam cristologia ( Cristo), pneumatologia (Espirito Santo), soteriologia (salvação) e escatologia (coisas do fim). A chama pentecostal começou a arder no coração de alguns homens e eles abriram espaço para a ênfase na ação livre do Espírito Santo. Aqueles valores simples e fundamentais da doutrina dos apóstolos foram restaurados. Do século 15 a 18 surgiram grandes homens de Deus, que marcaram a história com os avivamentos na igreja. Em 1739, John Wesley discordou da igreja anglicana a que estava ligado e iniciou um movimento de santidade e evangelização. As ênfases na oração e no fervor espiritual tornaram-se vitais, e agregaram-se a ele muitos cristãos desejosos de uma vida cristã mais ortodoxa. Em 1901, de fato, esse movimento espiritual ganhou força, em especial nos Estados Unidos da América, em cidades como Topeka, Chicago e Los Angeles. Em 1906, esse mover do Espírito acontecia na Rua Azuza, em Los Angeles, Califórnia, com um pastor negro chamado William Seymour e o movimento do Espírito começou a espalhar-se em várias partes do mundo.
O movimento Pentecostal chegou ao Brasil
Em 1910, Gunnar Vingren e Daniel Berg, suecos de origem, saíram dos Estados Unidos em direção ao Brasil. Por direção e revelação divina, esses dois homens embarcaram num navio mercante a aportaram em Belém, Pará. Inicialmente, procuraram uma igreja batista tradicional, mas logo foram rejeitados nesta igreja por causa da fé pentecostal que professavam. Iniciaram, então, uma nova igreja em 1911, denominada Igreja da Fé Apostólica que hoje é a Assembléia de Deus. A igreja cresceu rapidamente, e os convertidos eram batizados com o Espírito Santo.
III – O PENTECOSTALISMO BÍBLICO
Tem sua base na Palavra de Deus
A profecia de Joel 2.28-32 promete um derramamento do Espírito de tal modo que alcançaria não só o povo judeu, mas também todos os demais povos da terra. Não só o profeta Joel profetizou, mas Jesus declarou que depois da sua obra realizada pela salvação da humanidade, o Espírito Santo seria enviado, como promessa do Pai Lc 24.19 a todos quantos recebessem a Jesus como Salvador e Senhor.
É confirmado com o advento do Espírito Santo
No dia de pentecostes assinalou-se: a vinda do Espírito Santo Jo 16.7,8,13; o recebimento do dom do Espírito Santo Jo 14.16; At 2.38,39; e o abundante derramamento do Espírito, não só em Jerusalém, mas em Cesaréia At 11, Antioquia At 11.19-30 e em Éfeso At 19.1-6. O Espírito Santo veio para ficar e habitar na vida da Igreja. Ele não restringiu sua obra aos primeiros dias da igreja de Atos dos Apóstolos, mas ultrapassou os tempos e opera em nossos dias.
Tem seu alicerce na doutrina dos Apóstolos – At 4.42
A doutrina dos Apóstolos não é outra senão a que receberam de Jeus Cristo. Eles não criaram outra doutrina, mas fortaleceram aquilo que haviam recebido dEle. O Movimento Pentecostal não é uma inovação nem algo aparte da igreja. Não se trata de grupo dissidente da Igreja de Cristo. O Movimento Pentecostal implica uma ação contínua e renovadora do Espírito na vida da Igreja. Suas doutrinas têm seu alicerce na doutrina de Cristo.
IV – PENTECOSTALISMO HOJE
Ameaças ao genuíno pentecostalismo
O verdadeiro pentecostalismo se firma essencialmente, na doutrina dos apóstolos deixada por Jesus – At 4.42. A unidade de pensamento e de ação mantinha os discípulos unidos. O apóstolo Paulo acrescentou a palavra “profetas” à expressão “doutrina dos apóstolos” e, desse modo, fortalecia o fato de que Jesus Cristo era o cumprimento das profecias – Ef 2.20. Os sinais do Pentecostes aconteciam e eram notados na vida dos cristãos sem que a nominação pentecostal ou pentecostalismo os identificasse como tal. Entretanto naqueles dias, a igreja emergente começava a sofrer com influências filosóficas sobre as doutrinas originais ensinadas pelos apóstolos. No ano 57 d.C., Paulo faz um discurso aos efésios e exorta aos líderes da igreja, dizendo: “ Olhai, pois, por vós e por todo o rebanho sobre que o Espírito Santo vos constituiu bispos, para acrescentardes a igreja de Deus, que ele resgatou com seu próprio sangue. Porque eu sei isto: que, depois da minha partida, entrarão no meio de vós lobos cruéis, que não perdoarão o rebanho. E que, dentre vós mesmos, se levantarão homens que falarão coisas perversas, para atraírem os discípulos após si” – At 20.28-30.
Ameaça do “neopentecostalismo”
O que é neo pentecostalismo? O prefixo “neo” indica um movimento espiritual saído do clássico pentecostalismo que absorveu doutrinas e falsos conceitos sobre as ações do Espírito Santo. Surgido nos Estados Unidos na década de 70 do século passado, o neopentecostalismo não tardou em chegar ao Brasil. O neopentecostalismo absorveu conceitos advindos de movimentos místicos sem compromisso com a palavra de Deus, com raízes no humanismo de Finéias Parkhust Quimby – 1802-1866, conhecido como pai do “Novo Pensamento”, o qual ensinava que a enfermidade e o sofrimento têm origens no pensamento incorreto. Foi ele o criador da doutrina do “poder da afirmação” ou da “ Confissão Positiva”. Logo depois apareceu Essek William Kenyon, que desenvolveu a “Teologia da Prosperidade”. Muitos nomes influenciaram e desenvolveram o neopentecostalismo. Igrejas novas foram formadas, as quais aderiram a essas novas idéias e doutrinas que não correspondem à sã doutrina ostentada pelo pentecostalismo verdadeiro. O genuíno Movimento Pentecostal, baseia sua crença na “doutrina dos apóstolos”, e nunca foi movimento aparte, segregado ou discriminador, mas foi e ainda é um movimento espiritual dentro da igreja, dando continuidade ao movimento do Dia de Pentecostes. Porém, Paulo já havia profetizado acerca de movimentos espirituais feitos e construídos por homens insensatos que constroem suas doutrinas sobre a areia, porque são movimento sem estrutura teológica e sem consistência alguma. É , de fato, o joio semeado no campo de trigo – Mt 13.24-30.
Identificando algumas heresias do neopentecostalismo
Esse movimento nada tem a ver com o verdadeiro pentecostalismo. A adesão a estas idéias desenvolveu um segmento esotérico, místico e sincrético que nada tem a ver com o verdadeiro cristianismo – Cl 2.18. Algumas dessa heresias grassam no meio evangélico, especialmente, o meio pentecostal. Suas principais doutrinas são: a Confissão Positiva, doutrina da prosperidade, maldição hereditária, utilização de objetos e ações envolvendo sal grosso, óleo santificado, medalhinha da fé, água santificada, culto aos anjos, etc. Essas práticas são indutoras de: imaturidade espiritual, subversão espiritual, soberba intelectual. Algumas doutrinas são forjadas com acréscimos de conceitos ao texto bíblico”; a crença em “pseudo-revelações espirituais” que fomentam coisas espirituais que contrariam a Palavra de Deus; distorções da verdade bíblica”, “deificação do homem e anjos”; “negação ou subtração da Palavra de Deus”, culto ao anjos e tantas outras heresias que influenciam o objeto da fé, que é Jesus Cristo, e modificam o modo de cultuar a Deus.
Tivemos por objetivo neste capitulo distinguir o genuíno do falso Movimento Pentecostal. As igrejas pentecostais sérias não são igrejas diferentes daquelas de Atos dos Apóstolos, por isto, momento histórico, especialmente, da Assembléia de Deus requer fortalecimento do nosso credo.
Texto extraído do livro tema das Lições Bíblicas CPAD – Movimento Pentecostal – As Doutrinas da Nossa Fé – Capítulo 9. Autor Pastor Elienai Cabral
Hermom Leal Moreira
-Eng. Eletricista e
de Telecomunicações*
-Eng. de Seg. e do Trabalho**
*Universidade Federal de Mato Grosso - UFMT
**Universidade de Cuiabá - UNIC
"Toda a boa dádiva e todo o dom perfeito vêm do alto,
descendo do Pai das luzes, em quem não há mudança
nem sombra de variação".Tg. 1.17
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