Luto por um mundo melhor , com um ar mais puro, menos dor, sofrimento, quase uma utopia, mas creio que esse lugar existe, dentro de cada um de nós, podemos mudar este mundo, se unirmos forças e pensamentos conjuntos e objetivos únicos, neste blog deixo os pensamentos que mudaram vidas , pessoas e pode mudar a sua vida também. Que você possa transmitir estes pensamentos e ajude a melhorar o mundo pela força do pensamento positivo e reflexivo.....
terça-feira, 16 de novembro de 2010
O Enterro
O Enterro
Por Rabino Shamai Ende – do Livro “Últimos Momentos”
1. O ideal seria colocar o corpo diretamente na terra sem nenhuma interrupção, deitado de costas, e nas laterais, deveria se colocar madeiras e sobre elas uma tábua para impedir que a terra caia sobre sua face. Porém atualmente, o costume em muitas cidades fora de Israel é enterrá-lo em caixão. No entanto, para que ele seja colocado diretamente na terra, costuma-se fazer vários orifícios na parte inferior do mesmo. Geralmente, os membros da Chevra Kadisha fazem estes orifícios na hora da lavagem do corpo.
2.O costume judaico é de adquirir o local do cemitério aonde a pessoa será enterrada com dinheiro próprio (Nossos sábios explicam que após o enterro em local próprio, o corpo fica protegido de forças negativa, que não tem direito de entrar em propriedade particular. A Torá deixa claro, para que ninguém tenha dúvidas no futuro ou venha a questionar, a compra que nosso patriarca Avraham realizou ao fazer questão de comprar o local para enterrar sua esposa Sara, Marat Hamachpela. Este local foi destinado para seu próprio enterro, bem como de seu filho, neto e respectivas esposas. Muitos costumam comprar seu local no cemitério ainda em vida por ser uma segulá – receita – para uma longa vida) mesmo se a pessoa for pobre. De preferência deve adquirir o local ainda em vida, ou pelo menos antes do enterro. Caso os filhos não se encontram no local, pode-se tirar de seus bens para o enterro (contanto que seja uma taxa fixa igual para todos). Deve-se tomar o máximo cuidado para não atrasar o enterro de forma alguma por questões monetárias, para não chegar a transgredir uma proibição da Torá.
3.Os responsáveis pelo pagamento e por todos os detalhes do enterro, em primeiro lugar são os filhos. Caso não teve filhos homens, as filhas, e em seguida todos que o herdam. Como também, a eles cabe a responsabilidade de garantir que o enterro seja feito em local e de forma respeitável, a altura do falecido. O marido é o responsável pelo enterro da esposa.
4.A profundidade da cova deve ter pelo menos pouco mais de 80cm, porém, costuma-se por motivos cabalísticos cavar uma cova onde caiba uma pessoa mediana de pé. Entre um túmulo e outro, se for possível, deve-se ter pouco mais de meio metro, porém muitos cemitérios judaicos atuais fazem paredes bem mais finas, e tem em que se basear.
5.Deve-se enterrar os filhos o mais perto possível de seus pais (dando preferência ao pai antes da mãe) e familiares, sendo que em túmulos da mesma família não há necessidade de afastá-los conforme a medida acima. Como também tem os que costumam colocar a esposa ao lado do marido, sendo que se esta foi casada duas vezes, sabe-se quais dos dois ela mais gostava, ou com qual dos dois ela teve filhos, coloca-se ao lado do mesmo. Se não existe diferença, deve ser enterrada ao lado do segundo. Muitos costumam sempre dar preferência ao segundo marido. No entanto, em muitos cemitérios os homens são enterrados em locais separados das mulheres.
6.As cinzas de corpos que foram cremados por acidente, (em acidentes de carro ou avião por ex.) devem ser enterradas também no cemitério judaico recaindo sobre os parentes todas as leis de luto, o que não ocorre com os que foram cremados propositadamente.
7.Deve se tomar o cuidado de apenas judeus cobrirem o túmulo com terra, sendo que cada um joga um pouco de terra para participar da mitsvá, até preencher o túmulo. Deve-se tomar o cuidado de não passar a pá de mão em mão, (Pois é como que estivesse passando uma desgraça de um para outro) sendo que cada um deixa a no chão após o uso e o próximo pegará a mesma do local deixado pelo primeiro.
8.Ao jogar a terra sobre o túmulo, cada um deve recitar três vezes o versículo “Vehu Rachum...” e vários outros versos evocando a presença Divina junto ao falecido.
Tsiduc hadin e Cadish
1.Ao cobrir o caixão de terra recita-se o “Tsiduc Hadin” (afirmamos neste trecho, nossa fé na Justiça Divina, recitando vários versículos com este tema. O correto seria recitá-lo logo após o falecimento. Porém se espera para recitá-lo na hora do enterro, onde se encontra um público maior. Muitos costumam recitá-lo duas vezes, uma vez antes do corpo abandonar o local do falecimento, quando só os enlutados o recitam, e na hora do enterro, onde recitam também todos o que se ocupam do enterro.) Nos dias que não se recita “Tachanun”, não se recita o “Tsiduc Hadin”. O mesmo é válido para as vésperas de shabat, Yom Tov e Rosh Chodesh após o meio dia, e na véspera de Rosh Hashaná e Yom Kipur, mesmo antes do meio dia. Porém na véspera de outras datas festivas após o meio dia, mesmo que não se recita o “Tachanun”, deve-se recitar “Tsiduc Hadin”. No entanto, este não é recitado a noite.
2. O “Tsiduc Hadin” é recitado sobre falecidos homens, mulheres e crianças a partir de 30 dias. Sobre fetos, ou crianças menores de um mês, ou sobre cinzas, não é recitado.
3. Após recitá-lo costuma-se falar o Salmo 49. Em seguida, após terminar de preencher totalmente a cova de terra, os enlutados tiram os sapatos e recitam um cadish especial: “Dehu atid leitchadata..”. Nos dias em que o “Tsiduc Hadin” não é recitado, este cadish também não o é. Neste caso recita-se apenas o Salmo 49, e em seguida o enlutado recita o Cadish Yatom.
Shurá – a fila de consolo
4. Após o Cadish, faz-se uma fila entre os presentes, de pelo menos dez pessoas, e os enlutados (somente os homens maiores de bar-mitsvá) passam entre as filas, já sem os sapatos, e os presentes consolam o falecido com as palavras: “Hamacom Yenachem etchem betoch shaar avelei tsion viyerushalaim” – “D’us os consolará, junto com os demais enlutados de Tsyion e Jerusalém”. Em seguida o enlutado volta para casa já sem o sapato. Se isto não for possível, deve colocar dentro do sapato um pouco de terra, e ao chegar em casa deve retirá-lo. Muitos costumam trocar os sapatos somente ao chegarem em casa.
[Existe o costume de formar uma fila de mulheres para que as mulheres e moças enlutadas passem entre elas e os homens formem uma fila separada para que apenas os homens e rapazes enlutados passem entre eles. Em ambos casos é pronunciado “Hamacom ...”]
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